terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Top Ten 2018 - Norma Braga

2018 foi o ano de redação da dissertação (faço mestrado em Teologia e Filosofia no CPAJ, curso presbiteriano semi-presencial no Mackenzie). Com as leituras para o curso já encerradas desde 2017, pude ser mais eclética no ano seguinte: além de teologia, entraram boa literatura, rock brasileiro e até consultoria de imagem.

Os filhos combativos de Machen, John Frame
A mulher que fugiu de Sodoma, José Geraldo Vieira
A divina comédia, Dante Alighieri
As cabeças trocadas, Thomas Mann
Guia politicamente incorreto dos anos 80 pelo rock, Lobão
As coisas da terra, Joe Rigney
Mulher, cristã e bem-sucedida, Carolyn McCulley
Gilead, Marilynne Robinson
O sol é para todos, Harper Lee
Shopping for the real you, Andrea Pflaumer

Em 2019, pretendo continuar estudando consultoria de imagem (meu novo xodó) e aprofundando-me em Frame, Van Til e Dooyeweerd, além de terminar dois livros que eu adoraria ter incluído na lista de 2018: A montanha mágica de Thomas Mann e Notas da xícara maluca de N. D. Wilson. E você?


Top ten 2018 - André Venâncio

Como de costume, as dez melhores leituras do ano, na ordem em que as fiz, com breves comentários e agradecimentos a quem me ajudou a chegar a essas obras.

1. O reacionário: memórias e confissões, de Nelson Rodrigues (Rio de Janeiro: Agir, 2008). Cento e trinta crônicas, muitas delas geniais, para rir e chorar sobre a cultura brasileira.

2. Crer e destruir: os intelectuais na máquina de guerra da SS nazista, de Christian Ingrao (Rio de Janeiro: Zahar, 2015). Presente da Norma. Obra histórica de alto valor acadêmico, mas foi também o livro que me mostrou, mais que qualquer outro, que os nazistas eram seres humanos normais, e que isso é péssimo para todos nós.

3. O olhar da mente, de Oliver Sacks (São Paulo: Companhia das Letras, 2010). Coletânea literariamente magistral do meu neurologista preferido, com relatos e reflexões muito instigantes sobre o funcionamento (e o não-funcionamento) da visão humana.

4. Gilead, de Marilynne Robinson (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005). Recomendado pelos meus amigos Emilio Garofalo Neto, Filipe Schulz e Leonardo Galdino. Ficção protagonizada por um pastor idoso do Meio-Oeste americano, lição pungente sobre a a persistência da graça de Deus na vida dos que o servem.

5. A mente imprudente: os intelectuais na atividade política, de Mark Lilla (Rio de Janeiro: Record, 2017). Presente da Norma. Análise impressionante de seis intelectuais (Heidegger, Schmitt, Benjamin, Foucault, Kojève e Derrida) que o autor respeita e admira, mas critica de modo deveras competente e sensível pela insensatez política.

6. Mundo islâmico, de Ernst J. Grube, quinto volume da série O mundo da arte: enciclopédia das artes plásticas em todos os tempos (Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações, 1979). Com textos de competência acadêmica impecável e abundantemente ilustrada, tem ainda o mérito de não se restringir ao mundo árabe, e contribui para desfazer muitas compreensões equivocadas sobre as artes e civilizações islâmicas.

7. Ocidente sem utopias, de Massimo Cacciari e Paolo Prodi (Veneza: Ayiné, 2017). Recomendado e emprestado pelo amigo Aluizio Neto. Obra de história das ideias, articulada em torno dos conceitos de "utopia" e "profecia", com muitas percepções profundas sobre a relação entre os poderes religioso e político ao longo dos séculos.

8. Notas da xícara maluca, de N. D. Wilson (Brasília: Monergismo, 2017). Presente da editora, através da amiga Ana Paula. Mais que uma apologética literária, é toda uma visão da vida cristã e a coisa mais parecida que já vi com uma imaginação completamente redimida, cuja leitura tornou minha inteligência mais aberta para este mundo de Deus.

9. Comentário literal ao Gênesis, de Agostinho de Hipona, editado com outros comentários do mesmo autor em Comentário ao Gênesis (São Paulo: Paulus, 2005). Recomendado e emprestado pelo amigo Diego Gonçalo. Esse clássico da maturidade do grande bispo me ensinou muito, não apesar da cota normal de esquisitices patrísticas, mas por causa dela, bem como da distância cultural e científica e, sobretudo, da inteligência do autor, fecundada pela maturidade, pela humildade e pelo amor a Deus.

10. As coisas da terra: estimar a Deus ao desfrutar de suas obras, de Joe Rigney (Brasília: Monergismo, 2017). Presente da editora, através da amiga Ana Paula. O melhor tratamento teológico que já vi sobre os perigos do ascetismo ainda tão presente na cultura evangélica e sobre o papel do mundo criado e da gratidão por ele na vida cristã.