sábado, 2 de janeiro de 2021

Top ten 2020 - André Venâncio

Atenção para as minhas melhores leituras de 2020. Três delas foram escritas por pastores-amigos-mestres. Quatro foram indicações, presentes ou empréstimos de pessoas queridas. Como sempre, apresento os livros na ordem em que os li. Não vou colocar as referências devidamente porque daria muito trabalho, visto que não tenho todos os livros em casa, e os que tenho podem se mostrar difíceis de achar pelos efeitos colaterais da minha recente mudança de residência. Quem tiver interesse pode pesquisar no Google. Deveria ser desnecessário, mas infelizmente não é, acrescentar que não necessariamente concordo com tudo o que os livros citados abaixo transmitem. Vamos ao que interessa.

1. As agridoces cadeias da graça, de Wadislau Martins Gomes. Comentário altamente pastoral e literário de Filemom, com profunda relevância para as situações e pecados que eu enfrentava na época e influência sobre algumas decisões que tomei então e desde então.

2. Analisando a crítica marxista: de Prometeu a Proteus, de Davi Charles Gomes. Emprestado pela amiga e ex-ovelha Mariane. Excelente análise teorreferente do marxismo e do problema do auto-engano. Há tesouros nos detalhes.

3. O islão e o Ocidente: uma harmonia dissonante de civilizações, de Christopher J. Walker. Fortemente enviesado de várias maneiras, mas uma exposição rica e útil da história das visões ocidentais sobre o islã, sobretudo no contexto britânico.

4. Amor e respeito, de Emerson Eggerichs. Obra de grande relevância pastoral para casais, imbuída de experiência, sensibilidade, sabedoria bíblica e humor. Talvez a melhor coisa que já li nessa área.

5. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica, de Eric Dardel. Indicado por outra amiga e ex-ovelha, Richerlida. Brilhante reflexão teórico-filosófica sobre a geografia de uma perspectiva fenomenológica e com fortes traços de existencialismo. Há boatos não confirmados, mas plausíveis, de que o autor era cristão. A leitura também vale pela beleza textual, muito rara em teorizações de qualquer tipo.

6. O comentário de Mateus, de D. A. Carson. De um dos melhores exegetas vivos, é um comentário de elevada competência acadêmica, qualidade apologética e relevância para a vida cristã, além de uma aula magistral de hermenêutica bíblica ministrada pelo exemplo.

7. Tomás de Aquino: um perfil histórico-filosófico, de Pasquale Porro. Emprestado pelo amigo Aluizio. Excelente apresentação da "filosofia" desse grande pensador, com contribuições substanciais aos debates sobre a interpretação de seu legado e ao entendimento de seu contexto pessoal, cultural e intelectual.

8. Uma era secular, de Charles Taylor. Uma análise profunda, densa e altamente pertinente das mutações culturais por que passou a mentalidade ocidental da baixa Idade Média até o presente sobre a religião e seus muitos desdobramentos. Apesar de todas as críticas justas que lhe possam ser feitas, já se tornou um clássico de influência mais que merecida e superou minhas elevadas expectativas iniciais.

9. Futebol é bom para cristão: vestindo a camisa em honra a Deus, de Emilio Garofalo Neto. Um dos melhores livros de cosmovisão cristã que já li. Texto belo como tudo o que o autor escreve. Leitura leve e agradável, mas instrutiva, repleta de conteúdos importantes e com pano para muitas outras mangas. Notoriamente escrita com o coração, com amor contagiante pelo Criador e pelos temas tratados.

10. Jerusalem: a novel [Jerusalém: uma novela], de Alan Moore. Em três volumes (dos quais, na verdade, só os dois últimos foram lidos em 2020): The Boroughs, Mansoul e Vernall's Inquest. Presente do amigo Aluizio, creio que no meu aniversário de 2018. Ficção fantasiosa difícil de descrever em poucas palavras, síntese de ampla variedade de formas literárias com impressionante criatividade. Espécie de imagem do mundo moderno e da própria humanidade em sua glória e ruína, representada em microcosmo, com amor implícito e sofrido, pelo bairro de Northampton onde o autor residiu a vida toda.

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