sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A soberania banida VIII

O sétimo capítulo intitula-se Graça e perseverança: a salvação e sua segurança, e trata da defesa dos dois últimos dos assim chamados cinco pontos do calvinismo. O capítulo é interessante, mas apenas dois trechos me pareceram realmente notáveis. Uma é a breve análise, de apenas uma página da passagem de Joao 10 sobre o Bom Pastor, culminando no versículo 28, "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão", fazendo-me lembrar das belas palavras de Calvino sobre a fonte de segurança que deve emanar dessa promessa para o coração do crente.

O outro trecho interessante está menos diretamente ligado ao tema do capítulo, mas esclareceu uma curiosidade que eu tinha há muito tempo. Aprendi nos livros de teologia do Novo Testamento que a palavra grega para "glória" é doxa. Contudo, aprendi nas aulas sobre filosofia grega na faculdade que essa mesma palavra era usada significando "opinião", a saber, a opinião não esclarecida pela análise filosófica. Qual seria, pensava eu, a relação entre as duas coisas? Wright me explicou: doxa deriva de uma raiz que significa "parecer" ou "aparecer"; essa palavra pôde se referir à opinião não fundamentada "porque as opiniões de uma pessoa são controladas pelo modo como as coisas parecem ser". Mas também pôde refletir a glória divina porque aponta para a manifestação dessa glória.

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