"Mas o couro do novilho, toda a sua carne, a cabeça, as pernas, as entranhas e o excremento, a saber, o novilho todo, levá-lo-á fora do arraial, a um lugar limpo, onde se lança a cinza, e o queimará sobre a lenha; será queimado onde se lança a cinza." (Levítico 4.11-12)
O trecho acima está inserido na descrição dos procedimentos rituais para a remoção dos pecados do sumo sacerdote. Sobre o significado espiritual do lugar escolhido para a fogueira que consumia o animal sacrificado, Harrison traz interessantes considerações, tanto do ponto de vista mosaico quanto da perspectiva cristã:
"O lugar limpo era situado 'onde se lança a cinza' (em hebraico, shepek haddeshen), sendo que essa frase ocorre somente aqui no Antigo Testamento. Presumivelmente, aqui está sendo aludida a área ao leste do altar do holocausto, onde eram depositados lixo (conforme 1.16), cinzas ensopadas de gordura e detritos semelhantes. O animal não poderia ser queimado no altar, porque o ritual não visava obter expiação para o sumo sacerdote, mas sim remover a contaminação causada por seu comportamento ilícito. Logo, a carcaça era desfeita pelo fogo no local do montão de lixo sacrificial fora do arraial. Esse procedimento foi mencionado em Hebreus 11-13, onde Jesus foi assemelhado aos animais cujo sangue tinha sido trazido ao santuário pelo sumo sacerdote como sacrifício pelo pecado. No Calvário, o Salvador sofreu fora do portão (isto é, fora de Jerusalém) a fim de santificar o povo mediante seu próprio sangue. O cristão é conclamado a 'sair a ele, fora do arraial' (Hebreus 13.13) e oferecer sempre, por meio dele, 'sacrifício de louvor a Deus' (Hebreus 13.15). Para os israelitas, o exterior do arraial era território imundo. Mas, porque Jesus foi rejeitado na cidade santa e crucificado fora de suas veneradas muralhas, os valores antigos tinham sido completamente invertidos. Qualquer lugar onde Jesus seja encontrado agora torna-se sagrado para o cristão, que tem consciência de que o poder transformador de Cristo altera regras, situações e pessoas da mesma maneira. A fé uma vez entregue aos santos (Judas 3) doravante já não é uma questão tribal ou territorial, mas sim cósmica em suas dimensões, a fim de que Cristo seja tudo em todos (Colossenses 3.11)."
O trecho acima está inserido na descrição dos procedimentos rituais para a remoção dos pecados do sumo sacerdote. Sobre o significado espiritual do lugar escolhido para a fogueira que consumia o animal sacrificado, Harrison traz interessantes considerações, tanto do ponto de vista mosaico quanto da perspectiva cristã:
"O lugar limpo era situado 'onde se lança a cinza' (em hebraico, shepek haddeshen), sendo que essa frase ocorre somente aqui no Antigo Testamento. Presumivelmente, aqui está sendo aludida a área ao leste do altar do holocausto, onde eram depositados lixo (conforme 1.16), cinzas ensopadas de gordura e detritos semelhantes. O animal não poderia ser queimado no altar, porque o ritual não visava obter expiação para o sumo sacerdote, mas sim remover a contaminação causada por seu comportamento ilícito. Logo, a carcaça era desfeita pelo fogo no local do montão de lixo sacrificial fora do arraial. Esse procedimento foi mencionado em Hebreus 11-13, onde Jesus foi assemelhado aos animais cujo sangue tinha sido trazido ao santuário pelo sumo sacerdote como sacrifício pelo pecado. No Calvário, o Salvador sofreu fora do portão (isto é, fora de Jerusalém) a fim de santificar o povo mediante seu próprio sangue. O cristão é conclamado a 'sair a ele, fora do arraial' (Hebreus 13.13) e oferecer sempre, por meio dele, 'sacrifício de louvor a Deus' (Hebreus 13.15). Para os israelitas, o exterior do arraial era território imundo. Mas, porque Jesus foi rejeitado na cidade santa e crucificado fora de suas veneradas muralhas, os valores antigos tinham sido completamente invertidos. Qualquer lugar onde Jesus seja encontrado agora torna-se sagrado para o cristão, que tem consciência de que o poder transformador de Cristo altera regras, situações e pessoas da mesma maneira. A fé uma vez entregue aos santos (Judas 3) doravante já não é uma questão tribal ou territorial, mas sim cósmica em suas dimensões, a fim de que Cristo seja tudo em todos (Colossenses 3.11)."
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