O capítulo 5 começa a entrar no tema do design na natureza: conta a história da descoberta dos elementos que compõem a tabela periódica - começando, porém, na Grécia antiga, com a discussão dos filósofos pré-socráticos sobre o elemento fundamental do mundo. Essa narrativa padece dos mesmos problemas que apontei nos capítulos 2 e 3: a falta de objetividade e precisão e a consequente impressão da falta, por parte dos autores, de conhecimentos aprofundados sobre o tema, denunciando um espírito excessivamente pragmático. Porém, todos esses efeitos se manifestam de modo bem menos intenso que nos capítulos iniciais, e a qualidade do livro está melhorando de modo notável. Além disso, para o leitor atento, a analogia entre os versos de Shakespeare e as propriedades dos elementos químicos é evidente, embora nem sempre enfatizada devidamente: a semelhança reside na ordem que se revela em níveis diversos, produzindo um conjunto harmonioso cuja beleza é irresistível, uma vez descoberta. O capítulo também é interessante, apesar do popularismo, como introdução à história da química e suas ancestrais remotas: a metalurgia, a filosofia e a alquimia. Eu recomendaria esse texto como leitura inicial sobre o assunto a um leitor não-iniciado no idioma sagrado da ciência. Eu mesmo aprendi alguns detalhes interessantes, como que a mineração, a metalurgia e a cerâmica tiveram início por razões muito mais estéticas que propriamente utilitárias, segundo o historiador Cyril Stanley Smith.
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gostei muito da resposta mas poderia ta mas claro e mas resumido
ResponderExcluirass:alessandra dos santos feitosa