O quinto capítulo, Manejo de doenças dos citros, é excelente por ir à raiz da dificuldade do controle de doenças na citricultura paulista. As causas dessa dificuldade são: 1. a propagação das doenças é favorecida pela forte continuidade espacial entre os pomares, pois 340 dos 645 municípios paulistas possuem fazendas citrícolas; 2. há também continuidade temporal, visto que os citros são plantas perenes e sempre verdes, de modo que se estabelece uma tendência à preservação dos espécimes infectados; e 3. a variabilidade genética dos pomares é baixíssima; na verdade, praticamente todos os mais de duzentos milhões de laranjeiras plantados nas fazendas paulistas são clones de um punhado de indivíduos.
O capítulo traz também informações históricas interessantes. Eu já sabia que o predomínio do limoeiro cravo como porta-enxerto (cerca de 90% do total) se deve à sua resistência à doença virótica conhecida como tristeza dos citros, que devastou os pomares paulistas nos anos 40. Mas eu não sabia que a tristeza tinha causado a morte de dez dos onze milhões de plantas cultivadas na época. Também não sabia que o porta-enxerto então utilizado, o de laranja azeda, havia sido, por sua vez, adotado por ser resistente a uma praga ainda mais antiga, a gomose, doença fúngica que causou a morte de muitas plantas nos anos 20, quando a laranjeira doce era amplamente utilizada como porta-enxerto. Daqui a algum tempo, se Deus permitir, o greening será apenas mais um duro adversário vencido.
O texto não trata de doenças específicas, mas discorre ainda sobre as oito medidas de combate fitossanitário em geral. Cinco deles são discutidos também em outros capítulos; os três restantes são: 1. Diversificação dos porta-enxertos e copas; esse método funciona em alguns casos, justamente porque algumas doenças não atingem certas combinações. Contudo, há doenças que atacam indistintamente todas as variedades. Além disso, a escolha é severamente restringida por fatores agronômicos (clima, solo, etc.), bem como pela época do ano em que se deseja fazer a colheita e pelo destino dos frutos. 2. Seleção de áreas para plantio; na medida do possível, devem ser evitadas regiões de alta infestação de doenças importantes. Também essa medida é limitada por fatores econômicos, climáticos e agronômicos. 3. Uso de irrigação; o uso inapropriado da irrigação artificial pode favorecer o desenvolvimento de certas doenças, sobretudo fúngicas, que dependem fortemente da presença de umidade.
O capítulo traz também informações históricas interessantes. Eu já sabia que o predomínio do limoeiro cravo como porta-enxerto (cerca de 90% do total) se deve à sua resistência à doença virótica conhecida como tristeza dos citros, que devastou os pomares paulistas nos anos 40. Mas eu não sabia que a tristeza tinha causado a morte de dez dos onze milhões de plantas cultivadas na época. Também não sabia que o porta-enxerto então utilizado, o de laranja azeda, havia sido, por sua vez, adotado por ser resistente a uma praga ainda mais antiga, a gomose, doença fúngica que causou a morte de muitas plantas nos anos 20, quando a laranjeira doce era amplamente utilizada como porta-enxerto. Daqui a algum tempo, se Deus permitir, o greening será apenas mais um duro adversário vencido.
O texto não trata de doenças específicas, mas discorre ainda sobre as oito medidas de combate fitossanitário em geral. Cinco deles são discutidos também em outros capítulos; os três restantes são: 1. Diversificação dos porta-enxertos e copas; esse método funciona em alguns casos, justamente porque algumas doenças não atingem certas combinações. Contudo, há doenças que atacam indistintamente todas as variedades. Além disso, a escolha é severamente restringida por fatores agronômicos (clima, solo, etc.), bem como pela época do ano em que se deseja fazer a colheita e pelo destino dos frutos. 2. Seleção de áreas para plantio; na medida do possível, devem ser evitadas regiões de alta infestação de doenças importantes. Também essa medida é limitada por fatores econômicos, climáticos e agronômicos. 3. Uso de irrigação; o uso inapropriado da irrigação artificial pode favorecer o desenvolvimento de certas doenças, sobretudo fúngicas, que dependem fortemente da presença de umidade.
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