sábado, 16 de janeiro de 2010

Uma campanha: Crentes esquerdistas, leiam os autores conservadores!

Desde que abri meu blog, dada a fraquíssima performance dos esquerdistas ali - gente que usa "conservador" como xingamento e que, portanto, não tem a mínima condição de debater dignamente - , vou lançar aqui uma campanha: Crentes esquerdistas, leiam os autores conservadores! E comecem por Edmund Burke, considerado por muitos como "o pai do conservadorismo". Quem me inspirou a abrir essa campanha foi Conor Cruise O'Brien, o autor da introdução à obra de Burke, Reflexões sobre a Revolução em França. E olhem que ele nem concorda com a leitura que um dos mais importantes autores conservadores, Russel Kirk, faz de Burke. Mas afirma ele que esse livro é "o primeiro manifesto contra-revolucionário moderno" e que os esquerdistas deveriam lê-o, mas não o fazem (p. 30):

O direitista inteligente não se pergunta as razões para ler Marx ou os marxistas. Ele os lê porque são obras importantes e ele está no lado oposto. (...) Ele aprende dos seus adversários sobre as fraquezas e as forças de sua posição - e também as do outro lado. Já o intelectual de esquerda, apesar de notáveis exceções, tem uma grande tendência a negligenciar seus adversários e até mesmo a evitar seus escritos mais influentes. Isso é associado, acredito, a outra característica marcante da esquerda, ou seja, não entender ou subestimar as forças opostas. De fato, a esquerda deveria ler as Reflexões tão atentamente quanto a direita tem lido o Manifesto Comunista.

Eu acrescentaria outra característica: a adesão à esquerda é vivida por muitos como uma fé religiosa do tipo sectária. Por isso, os adversários são demonizados e, assim, banidos do horizonte de convívio e leituras.

Ora, não sejam assim, cristãos de esquerda. Vocês pertencem à igreja verdadeira, a de Cristo. Deixem de coisa e leiam Burke. Leiam, leiam.





13 comentários:

  1. Pode contar com meu apoio para essa campanha!

    Desconfio que tem muito esquerdista por aí que nem sabe quem são Burke ou Kirk.

    Mas devo confessar que meu caso é precisamente o oposto: sou um conservador que leu Marx mas não leu Burke. hehehe

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  2. André,

    Estou me redimindo com o Reflexões. Depois de ler, eu te empresto, hehehe!

    (Temo que no Brasil nem os esquerdistas tenham lido o Manifesto Comunista, mas, anyway, vamos lançar essa campanha mesmo assim!)

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  3. Também sou conservador mas fiquei interessado em Reflexões. Pena minhas férias já estarem no fim!
    Mas vou encontrar um tempo.

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  4. rsrsrs
    Está dando armas aos inimigos, Norma?
    Mas desconfio que eles continuarão sem ler os conservadores... Como, de resto, duvido que realmente leiam qualquer coisa. Ah, sim, passar olhos sim, já passaram. Talvez até tenham algum obra de cor. Mas com a interpretação enviesada pelo manual que têm, qualquer leitura é nula! rsrs

    Quanto a mim, eis-me aqui a confessar minha ignorância de novo! Estou em dívida com ambos os lados. Porém, não me meto a falar do que não entendo. Como disse ao André, nunca colocarei a mão naquele vespeiro! rs

    No amor do Senhor,
    Roberto
    PS: Ignorância pode ter fim, aquele tipo de cegueira voluntária não. Ainda lerei o que me couber, mas até aqui me basta conhecer certos fundamentos (ou a falta deles).

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  5. Querida Norma, entendo que, campanha aberta, seremos presenteados com um "guia" de leitura daqui para frente. É preciso. Lerei o texto citado, mas quais serão os próximos? Estaremos aguardando.

    Fomos eleitores da esquerda, participamos do pt, colocamos essa nefasta que aí está. Decepcionado com o pt ligth, começamos até a namorar o psol. Contudo, fui traído pelo partido que me presenteou com uma perseguição por parte do presidente do pt da minha região, querendo mesmo me proibir de entrar onde hoje atuo como professor com o intuito de vir a traduzir as narrativas bíblicas para a língua de um povo indígena, então acordei. Vi os dentes do partido abertos na minha direção e toda a fúria ditatorial do pt.

    Após essa experiência traumática, Deus levou-me a uma sala de Escola Dominical. Ali, o professor Reverendo Marco Antônio (IPNacional-DF) ministrava sobre cosmovisão calvinista. Era a confrontação que antes nunca me fizeram (nem mesmo no Seminário Presbiteriano). Fui orientado a ler o ótimo "Verdade Absoluta" da Nancy Pearcey. Neste, além de tantas discussões, ela apresenta o sistema comunista e socialista como incoerente com a fé cristã.

    Abraços sempre afetuosos da nossa família.

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  6. Casal 20,

    Seu comentário me alegrou demais! Que coisa interessante: eu fui ao conservadorismo via autores não-cristãos (com a ajuda, claro, de uma náusea cada vez maior com o conteúdo virulento esquerdista e anticristão da faculdade). Na época já era calvinista por causa da Bíblia, mas nunca tinha lido nada de Calvino... Reconheço que o processo se torna muito mais rico via calvinismo!

    Quisera eu que nas presbiterianas em geral houvesse esse tipo de conscientização! Louvo muito a Deus pela experiência de vocês...

    Não sei se já leram, mas não deixem de ler o Calvinismo, de Kuyper! E, claro, as Institutas de Calvino!

    Grande abraço!

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  7. De fato, André e Norma, um testemunho de quem saiu de lá para cá é estimulante!
    Norma, sobre esse negócio de xingar de "conservador", o Tibiriçá (conhece?) do blog Observatório de Piratininga fez uma interessante série sobre as "palavras-fetiche" esquerdistas. Eu fiz uma postagem sobre o assunto e lá tem os links para estas postagens dele. Vale a pena ler!
    Segue o link da minha postagem: http://robertovargas-make.blogspot.com/2009/12/preconceito-ou-pirlimpimpim.html

    No amor de Cristo,
    Roberto

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  8. Oba! Legal, Roberto, vou lá!

    Lex, dá pra ler rápido, é pequeno!

    Abraços aos dois!

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  9. O esquerdita virulento e tão pernicioso quanto o direitista virulento. Ambos estão doentes com o vírus dos "ismos" de cada seguimento.

    abraços

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  10. Há tempos que venho pensando em ler Edmund Burke. Agora com esse post acho que vou definitivamente fazer isso. O que me interessa nele é seu caráter avesso ao sectarismo, coisa que, como bem colocou o Eduardo Medeiros, é um risco tanto à esquerda quanto à direita.

    Como membro do Partido Whig (liberal) e por ter sempre se manifestado contra os Tories (conservadores), era de se esperar que Burke apoiasse os revolucionários franceses. Porém, suas severas críticas à Revolução em França deixaram todos, liberais e conservadores, desconcertados...

    A propósito, Norma, qual seria a interpretação de Russell Kirk do pensamento de Burke?

    Abraços,

    Rodrigo

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  11. Oi, Rodrigo,

    Tenho dois livros enormes aqui do Kirk, mas ainda não tive tempo de ler. Conheço-o pouco, mas ele é uma figura-chave no conservadorismo americano. De forma geral, o prefaciador do Reflexões estava reclamando dessa "apropriação" de Burke pela direita americana, explicando que Burke era bem mais controverso que a direita americana quer fazer parecer. Não me convenceu muito (porque essa "raivinha" dirigida aos conservadores dos EUA sempre me parece coisa de esquerdista recalcado). Para formar uma opinião, preciso ler melhor a ambos, Burke e Kirk.

    Abração!

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  12. Eduardo,

    Você está redonda e criminosamente errado. Dê um exemplo de direitista virulento que tenha fundado um regime totalitário e assassinado milhões de pessoas, e eu mudo de ideia.

    Abraços.

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  13. P.S. a Eduardo: Se você disser "Hitler", sentarei ao meio-fio e chorarei lágrimas de esguicho por sua monumental ignorância.

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