"Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo." (Hebreus 10.31)
Transcrevo abaixo parte do comentário de Calvino sobre essa severa sentença bíblica. Ela esclarece, a partir do exemplo de Davi, qual é o fundamento de nossa esperança na misericórdia divina, quando a podridão de nossos pecados ameaça nos levar ao desespero. Não é difícil perceber que por trás das palavras a seguir reside a crença inabalável na absoluta soberania de Deus e no papel importantíssimo dessa crença para a paz interior do crente. Poucos perceberam tão agudamente quanto Calvino a importância disso:
"Os sentimentos de Davi, aparentemente, são contrários a essa cláusula, quando ele declara que é melhor cair nas mãos de Deus que nas mãos dos homens [2 Samuel 24.14]. A resposta a essa questão se torna simples quando consideramos que Davi, em sua confiança na fiel misericórdia de Deus, preferiu ter Deus como Juiz a enfrentar o julgamento dos homens. Embora soubesse que Deus estava justissimamente irado com ele, confiou que receberia a reconciliação divina; porque, ainda que estivesse prostrado em terra, seria, não obstante, erguido pela promessa da graça. Já que sua confiança se apoiava no fato de que Deus não é inexorável, não admira que temesse menos a ira divina que a ira dos homens. O apóstolo, aqui, está declarando que a ira divina é algo espantoso em relação aos réprobos, os quais se encontram privados de qualquer esperança de perdão e nada esperam senão a extrema severidade divina, porquanto as portas que se abrem para a graça divina estão fechadas para eles. Sabemos que Deus é descrito de várias maneiras de acordo com o caráter dos homens a quem ele fala. Essa é a intenção de Davi no Salmo 18.25-26: 'Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o perverso, inflexível.'"
Transcrevo abaixo parte do comentário de Calvino sobre essa severa sentença bíblica. Ela esclarece, a partir do exemplo de Davi, qual é o fundamento de nossa esperança na misericórdia divina, quando a podridão de nossos pecados ameaça nos levar ao desespero. Não é difícil perceber que por trás das palavras a seguir reside a crença inabalável na absoluta soberania de Deus e no papel importantíssimo dessa crença para a paz interior do crente. Poucos perceberam tão agudamente quanto Calvino a importância disso:
"Os sentimentos de Davi, aparentemente, são contrários a essa cláusula, quando ele declara que é melhor cair nas mãos de Deus que nas mãos dos homens [2 Samuel 24.14]. A resposta a essa questão se torna simples quando consideramos que Davi, em sua confiança na fiel misericórdia de Deus, preferiu ter Deus como Juiz a enfrentar o julgamento dos homens. Embora soubesse que Deus estava justissimamente irado com ele, confiou que receberia a reconciliação divina; porque, ainda que estivesse prostrado em terra, seria, não obstante, erguido pela promessa da graça. Já que sua confiança se apoiava no fato de que Deus não é inexorável, não admira que temesse menos a ira divina que a ira dos homens. O apóstolo, aqui, está declarando que a ira divina é algo espantoso em relação aos réprobos, os quais se encontram privados de qualquer esperança de perdão e nada esperam senão a extrema severidade divina, porquanto as portas que se abrem para a graça divina estão fechadas para eles. Sabemos que Deus é descrito de várias maneiras de acordo com o caráter dos homens a quem ele fala. Essa é a intenção de Davi no Salmo 18.25-26: 'Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o perverso, inflexível.'"
Nenhum comentário:
Postar um comentário