terça-feira, 27 de outubro de 2009

Calvino e a responsabilidade social da igreja

O grande defeito desse livreto é seu minúsculo tamanho. Apesar disso, traz alguns complementos interessantes a um outro livro, sobre o mesmo tema, que li recentemente: O humanismo social de Calvino (não gosto muito da terminologia, mas fazer o quê?), de André Biéler, professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Genebra. O opúsculo do pastor Augustus, aliás, toma como principal fonte um outro livro do mesmo autor, O pensamento econômico e social de Calvino, que não tive ainda a oportunidade de ler.

Destaco um trecho da conclusão que, embora dirigido a uma crítica específica, contém uma advertência muito salutar contra todas as acusações injustas ou difamatórias que o reformador e sua doutrina habitualmente recebem de todos os lados. Não é qualquer um que tem a honra de ser considerado ancestral do capitalismo pelos esquerdistas e, ao mesmo tempo, ser apontado como precursor do movimento revolucionário pelos conservadores católicos. Um homem assim merece ter suas verdadeiras ideias mais bem conhecidas.

"O pensamento social de Calvino tem produzido abundante fruto na história da humanidade, após a Reforma. Muitas das universidades, escolas e asilos de que temos notícia foram fundados por calvinistas. Boa parte das críticas feitas contra os calvinistas, de que são levados à inércia e paralisia social por causa de sua ênfase na soberania de Deus em detrimento da responsabilidade humana, simplesmente revela um desconhecimento (proposital?) dos fatos e uma ignorância do que seja o calvinismo."

Adendo: no ensaio do coral do último domingo concluí o Tolerância no Novo Testamento. O livreto do momento é Cinco pecados que ameaçam os calvinistas, do presbítero Solano Portela.

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