O quarto capítulo do livro trata de Israel e da questão Palestina, que é um assunto sobre o qual não estou muito bem informado. Apesar disso, há dois pontos que considero interessante comentar. Um deles aparece já no segundo parágrafo, quando Magnoli comenta o "terror de Estado" praticado por Israel, apontando que ele "precisa de uma lógica política, enquanto aos 'homens-bomba' basta o desespero ou a fé cega". Com isso, o autor reforça o que já dissera no capítulo anterior, isto é, que o terrorismo é geralmente uma atitude desesperada de facções oprimidas, e cuja prática conduz não só ao suicídio dos homens-bomba, mas também ao suicídio político da organização e da causa por ela defendida: "Quase sempre o terror serve aos fins daqueles que declara combater."
Isso não é verdade, porém, e Magnoli poderia constatar a falsidade do que diz lendo seus próprios artigos. No mesmo texto, ele afirma que a vitória sobre a Al Qaeda passa necessariamente pela desocupação americana do Afeganistão e do Iraque. Segundo ele, isso prejudicaria a organização terrorista ao privá-la dos pretextos de que se serve para obter apoio e estima no mundo islâmico. Ora, mas a retirada americana no Oriente Médio é justamente o que quer a Al Qaeda. Em essência, Magnoli defende que a vontade de Osama bin Laden deve ser obedecida. Mas o geógrafo apresenta essa solução como se fosse uma arma de combate contra a organização terrorista, o que dá ensejo à sua mania onipresente de culpar o governo americano pelos males causados por seus inimigos. Agora imaginemos alguns milhares de Magnolis com ideias igualmente "brilhantes" espalhados pelo mundo, e teremos uma explicação plenamente satisfatória para o modo de agir dos terroristas. Os ataques suicidas não são um recurso desesperado dos fracos, ao contrário do que Magnoli quer nos fazer crer. São, isso sim, um recurso muito bem planejado, e que atinge seus fins a despeito da inferioridade militar, graças à colaboração de muitos Magnolis espalhados pelos órgãos de imprensa no mundo todo, órgãos que são usados como instrumentos de pressão política justamente contra os Estados que se empenham em combater os terroristas e as causas por eles defendidas.
O princípio é o mesmo que o comunismo empregou com sucesso na Guerra do Vietnã: usar a imprensa dos países livres (no caso, os EUA) como instrumento de campanha política, isto é, como um megafone destinado a amplificar imensamente qualquer ruído de guerra que se pudesse ouvir nas selvas do sudeste da Ásia. É algo parecido com o que a imprensa esquerdista fez no caso do Afeganistão e do Iraque. O princípio é: não adianta, não vamos conseguir vencê-los; a única solução é dar-lhes o que desejam; eles ficarão felizes e não nos importunarão mais. E assim, de concessão em concessão, os terroristas e seus aliados vão dominando o mundo.
Uma aplicação muito bem sucedida da mesma estratégia midiática, resultante da aliança entre a esquerda ocidental e o terrorismo islâmico, ocorreu por ocasião do atentado a Madri em março de 2004. Magnoli colabora mais uma vez, divulgando a versão oficial dos socialistas do mundo todo: que o governo da Espanha, conservador, mentiu ao povo sobre a autoria do atentado para tentar justificar seu apoio aos americanos no Iraque, e o povo se vingou elegendo a oposição socialista. Porém, se alguém chegou a saber que o governo divulgou uma versão falsa dos fatos, foi apenas porque o próprio governo divulgou a informação correta no dia seguinte, corretamente atribuindo o atentado à Al Qaeda, tão logo as evidências passaram a apontar nessa direção. Dessa forma, perderam os conservadores espanhóis e americanos, e ganharam os socialistas espanhóis e a própria Al Qaeda, pois o novo governo tratou de retirar imediatamente o apoio à ocupação do Iraque. É impossível não ver nisso uma ação conjunta de socialistas e terroristas. Mas Magnoli não apenas faz sua parte para evitar que chegue aos ouvidos do público brasileiro a verdade sobre esse fato específico, mas também espalha por todo canto a tese de que os grandes apoiadores do terrorismo islâmico sempre foram os americanos.
O segundo ponto a comentar sobre o capítulo em questão diz respeito justamente a essa aliança entre socialismo e islamismo. Magnoli atribui a origem do antissemitismo ao catolicismo medieval (o que me parece correto), passando daí ao nazismo e ao fascismo graças ao seu nacionalismo (pois o judeu seria sempre visto como estrangeiro) e só daí teria passado à esquerda via Stálin, graças à suposta nacionalização do socialismo soviético empreendida por esse célebre genocida. Esse é, porém, apenas mais um mito da esquerda. Magnoli deixa escapar que, paralelamente à imagem do "judeu sem pátria", surgiu também a do "judeu usurário". Ele só não menciona que ninguém fez mais pela promoção dessa última que os anarquistas e comunistas do século XIX, que se tornaram antissemitas por terem vislumbrado alguma relação entre os judeus e o capitalismo. O que não era difícil, dada a bem conhecida prosperidade que prevalece entre os membros desse povo. Foi a esquerda revolucionária que transmitiu esse "valor" ao que se convencionou chamar de "extrema-direita", e não o contrário. O socialismo já era amplamente antissemita quando o fascismo e o nazismo ainda nem sonhavam em existir.
Isso não é verdade, porém, e Magnoli poderia constatar a falsidade do que diz lendo seus próprios artigos. No mesmo texto, ele afirma que a vitória sobre a Al Qaeda passa necessariamente pela desocupação americana do Afeganistão e do Iraque. Segundo ele, isso prejudicaria a organização terrorista ao privá-la dos pretextos de que se serve para obter apoio e estima no mundo islâmico. Ora, mas a retirada americana no Oriente Médio é justamente o que quer a Al Qaeda. Em essência, Magnoli defende que a vontade de Osama bin Laden deve ser obedecida. Mas o geógrafo apresenta essa solução como se fosse uma arma de combate contra a organização terrorista, o que dá ensejo à sua mania onipresente de culpar o governo americano pelos males causados por seus inimigos. Agora imaginemos alguns milhares de Magnolis com ideias igualmente "brilhantes" espalhados pelo mundo, e teremos uma explicação plenamente satisfatória para o modo de agir dos terroristas. Os ataques suicidas não são um recurso desesperado dos fracos, ao contrário do que Magnoli quer nos fazer crer. São, isso sim, um recurso muito bem planejado, e que atinge seus fins a despeito da inferioridade militar, graças à colaboração de muitos Magnolis espalhados pelos órgãos de imprensa no mundo todo, órgãos que são usados como instrumentos de pressão política justamente contra os Estados que se empenham em combater os terroristas e as causas por eles defendidas.
O princípio é o mesmo que o comunismo empregou com sucesso na Guerra do Vietnã: usar a imprensa dos países livres (no caso, os EUA) como instrumento de campanha política, isto é, como um megafone destinado a amplificar imensamente qualquer ruído de guerra que se pudesse ouvir nas selvas do sudeste da Ásia. É algo parecido com o que a imprensa esquerdista fez no caso do Afeganistão e do Iraque. O princípio é: não adianta, não vamos conseguir vencê-los; a única solução é dar-lhes o que desejam; eles ficarão felizes e não nos importunarão mais. E assim, de concessão em concessão, os terroristas e seus aliados vão dominando o mundo.
Uma aplicação muito bem sucedida da mesma estratégia midiática, resultante da aliança entre a esquerda ocidental e o terrorismo islâmico, ocorreu por ocasião do atentado a Madri em março de 2004. Magnoli colabora mais uma vez, divulgando a versão oficial dos socialistas do mundo todo: que o governo da Espanha, conservador, mentiu ao povo sobre a autoria do atentado para tentar justificar seu apoio aos americanos no Iraque, e o povo se vingou elegendo a oposição socialista. Porém, se alguém chegou a saber que o governo divulgou uma versão falsa dos fatos, foi apenas porque o próprio governo divulgou a informação correta no dia seguinte, corretamente atribuindo o atentado à Al Qaeda, tão logo as evidências passaram a apontar nessa direção. Dessa forma, perderam os conservadores espanhóis e americanos, e ganharam os socialistas espanhóis e a própria Al Qaeda, pois o novo governo tratou de retirar imediatamente o apoio à ocupação do Iraque. É impossível não ver nisso uma ação conjunta de socialistas e terroristas. Mas Magnoli não apenas faz sua parte para evitar que chegue aos ouvidos do público brasileiro a verdade sobre esse fato específico, mas também espalha por todo canto a tese de que os grandes apoiadores do terrorismo islâmico sempre foram os americanos.
O segundo ponto a comentar sobre o capítulo em questão diz respeito justamente a essa aliança entre socialismo e islamismo. Magnoli atribui a origem do antissemitismo ao catolicismo medieval (o que me parece correto), passando daí ao nazismo e ao fascismo graças ao seu nacionalismo (pois o judeu seria sempre visto como estrangeiro) e só daí teria passado à esquerda via Stálin, graças à suposta nacionalização do socialismo soviético empreendida por esse célebre genocida. Esse é, porém, apenas mais um mito da esquerda. Magnoli deixa escapar que, paralelamente à imagem do "judeu sem pátria", surgiu também a do "judeu usurário". Ele só não menciona que ninguém fez mais pela promoção dessa última que os anarquistas e comunistas do século XIX, que se tornaram antissemitas por terem vislumbrado alguma relação entre os judeus e o capitalismo. O que não era difícil, dada a bem conhecida prosperidade que prevalece entre os membros desse povo. Foi a esquerda revolucionária que transmitiu esse "valor" ao que se convencionou chamar de "extrema-direita", e não o contrário. O socialismo já era amplamente antissemita quando o fascismo e o nazismo ainda nem sonhavam em existir.
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