quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O grande jogo XII

Falei no post anterior dos muitos aspectos positivos do quinto capítulo do livro. No entanto, há também alguns probleminhas não desprezíveis. Magnoli acha que havia no pensamento de Marx um elemento democrático com o qual o comunismo soviético só veio a romper sob Stálin. Repete as calúnias de sempre contra os conservadores americanos (imperialismo, Guantánamo, etc.). Acha que o conteúdo do "documentário" Fahrenheit é conservador. Pensa que o nacionalismo decorrente do antiamericanismo da América Latina é um sintoma da "dissolução ideológica" da esquerda. Sustenta, embora de um modo algo particular, a velha mentira stalinista de que fascismo e comunismo são coisas extremamente diferentes entre si. Acha que o MST não está promovendo nenhuma revolução socialista, e sim o contrário: tem sido usado para facilitar a "modernização acelerada, conservadora e excludente" do agronegócio brasileiro.

Além disso, Magnoli perdeu a oportunidade de tirar a devida lição de certos fatos mencionados por ele mesmo. Por exemplo, que, ao se manifestar contra os crimes da ditadura cubana, Saramago estava com menos pena dos fuzilados que de si próprio. Ou que a mera existência do Fórum Social Mundial demonstra que os melhores amigos da esquerda do Terceiro Mundo (como Chávez e o PT) são as ONGs ligadas à ONU - e, por conseguinte, os bilionários que as financiam. E que isso basta para derrubar o mito de que a esquerda representa os interesses dos pobres contra os dos ricos. Magnoli é um esquerdista excepcionalmente bem dotado intelectualmente, mas ainda é esquerdista demais para entender certas coisas.

Um comentário:

  1. Olá amigos!

    Parabéns pela iniciativa do blog. Quero lhes encorajar a prosseguir. Já estou seguindo.

    Aproveito para lhes convidar a conhecer meu espaço, e se desejarem também segui-lo, será uma honra.

    Seus comentários também serão sempre bem-vindos.

    www.hermesfernandes.blogspot.com

    Espero lá!

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