O que há em comum entre o marxismo e uma cultura tribal primitiva? Sem ter a pretensão de fornecer uma resposta exaustiva a essa questão, transcrevo abaixo dois trechos retirados de dois livros que pouco têm em comum. O primeiro é O totem da paz (The peace child, no original), do missionário canadense Don Richardson. Esse homem e sua família foram, nos anos 60, apresentar as boas novas a um povo canibal da Nova Guiné Papua (na época, Nova Guiné Holandesa) que jamais tivera contato com a civilização. O segundo é do livro Onde é que Cristo está ainda a ser perseguido?, de Richard Wurmbrand, pastor luterano romeno que muito se empenhou em levar o mundo comunista a Cristo. Vejam por si próprios se não há uma semelhança notável entre os dois relatos.
"Nas palestras subsequentes, ampliei mais a parte da vida e ministério de Jesus, procurando imprimir neles a realidade e relevância da pessoa de Cristo para a vida deles, mas aparentemente não obtive sucesso. Os sawis não estavam acostumados a projetar-se mentalmente para outras culturas e outras situações que fossem tão profundamente diversas da sua. Somente uma vez, em minha exposição, mereci uma reação significativa da parte deles. Eu estava falando da traição de Judas Iscariotes para com o Filho de Deus. Achava-me a meio caminho da explanação quando notei que todos ouviam atentamente. Davam atenção integral a todos os detalhes: durante três anos, Judas se mantivera em comunhão íntima com Jesus, partilhando do mesmo alimento, viajando nas mesmas estradas. [...] Chegando ao clímax da história, Maum soltou um assovio de admiração. Kani e vários outros tocaram o peito com a ponta dos dedos, num gesto que denotava grande assombro. Outros sorriram. A princípio, fiquei parado, sem entender o que se passava. Depois, finalmente, compreendi tudo: para eles, Judas era o herói da história."
"Em 1944, quando comecei o trabalho missionário secreto entre os soldados soviéticos que tinham invadido a Romênia, vi que, embora eu fale russo, eu não tinha uma linguagem em comum com eles. Quando lhes contei a história do homem que tinha cem ovelhas e perderam uma delas, eles objetaram: 'Nenhum homem pode ter cem ovelhas. Elas pertencem à cooperativa.' Quando lhes falei dos trabalhadores da vinha que se recusaram a dar ao seu proprietário o fruto, matando-lhes seus servos e seu filho, a resposta deles foi: 'Esses lavradores fizeram bem em se revoltar. O dono da vinha era um patrão, e sua propriedade tinha de ser confiscada.' Riam-se acerca da virgem Maria: 'Por que é que uma moça deveria ser virgem?' E Jesus, um Rei? Estavam possuídos da pior das opiniões acerca de reis. Não tinham uma ideia a respeito de fariseus, saduceus, herodianos, templo, altar, dízimo, salmos, Espírito Santo, nem mesmo o que eram anjos. Era-lhes impossível compreender o Evangelho, mesmo tendo-o traduzido em sua própria língua."
"Nas palestras subsequentes, ampliei mais a parte da vida e ministério de Jesus, procurando imprimir neles a realidade e relevância da pessoa de Cristo para a vida deles, mas aparentemente não obtive sucesso. Os sawis não estavam acostumados a projetar-se mentalmente para outras culturas e outras situações que fossem tão profundamente diversas da sua. Somente uma vez, em minha exposição, mereci uma reação significativa da parte deles. Eu estava falando da traição de Judas Iscariotes para com o Filho de Deus. Achava-me a meio caminho da explanação quando notei que todos ouviam atentamente. Davam atenção integral a todos os detalhes: durante três anos, Judas se mantivera em comunhão íntima com Jesus, partilhando do mesmo alimento, viajando nas mesmas estradas. [...] Chegando ao clímax da história, Maum soltou um assovio de admiração. Kani e vários outros tocaram o peito com a ponta dos dedos, num gesto que denotava grande assombro. Outros sorriram. A princípio, fiquei parado, sem entender o que se passava. Depois, finalmente, compreendi tudo: para eles, Judas era o herói da história."
"Em 1944, quando comecei o trabalho missionário secreto entre os soldados soviéticos que tinham invadido a Romênia, vi que, embora eu fale russo, eu não tinha uma linguagem em comum com eles. Quando lhes contei a história do homem que tinha cem ovelhas e perderam uma delas, eles objetaram: 'Nenhum homem pode ter cem ovelhas. Elas pertencem à cooperativa.' Quando lhes falei dos trabalhadores da vinha que se recusaram a dar ao seu proprietário o fruto, matando-lhes seus servos e seu filho, a resposta deles foi: 'Esses lavradores fizeram bem em se revoltar. O dono da vinha era um patrão, e sua propriedade tinha de ser confiscada.' Riam-se acerca da virgem Maria: 'Por que é que uma moça deveria ser virgem?' E Jesus, um Rei? Estavam possuídos da pior das opiniões acerca de reis. Não tinham uma ideia a respeito de fariseus, saduceus, herodianos, templo, altar, dízimo, salmos, Espírito Santo, nem mesmo o que eram anjos. Era-lhes impossível compreender o Evangelho, mesmo tendo-o traduzido em sua própria língua."
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