Logo no início do nono capítulo, intitulado Pode-se ir da liberdade ao socialismo, mas não do socialismo à liberdade, Revel expõe de maneira brilhantemente sintética a incoerência (ou hipocrisia) da crítica socialista às liberdades "fajutas" das democracias capitalistas. Referindo-se aos "preconceitos pós-stalinianos, segundo os quais as liberdades ditas 'formais' não têm utilidade revolucionária alguma", o filósofo francês adverte:
"O mais curioso, porém, é que esses desprezadores das liberdades formais são os mais apressados em exigir seus benefícios tão logo tenham o menor contratempo; e em se indignarem, com justa razão (e quanta!) pela apreensão de um jornal ou por uma irregularidade em matéria eleitoral ou judicial. Não gostaria de censurá-los, repito, mas seria necessário entender-se: não se pode, por um lado, bramir porque as vítimas de Franco, ou dos coronéis gregos, ou dos processos de Moscou não foram rodeadas das garantias que as teriam beneficiado na Inglaterra e, de outro, cuspir sobre a democracia inglesa como se fora uma velha podridão liberal."
"O mais curioso, porém, é que esses desprezadores das liberdades formais são os mais apressados em exigir seus benefícios tão logo tenham o menor contratempo; e em se indignarem, com justa razão (e quanta!) pela apreensão de um jornal ou por uma irregularidade em matéria eleitoral ou judicial. Não gostaria de censurá-los, repito, mas seria necessário entender-se: não se pode, por um lado, bramir porque as vítimas de Franco, ou dos coronéis gregos, ou dos processos de Moscou não foram rodeadas das garantias que as teriam beneficiado na Inglaterra e, de outro, cuspir sobre a democracia inglesa como se fora uma velha podridão liberal."
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