Uma coisa que me chama atenção ao longo de toda a argumentação de Revel é a quase total ausência de qualquer componente moral. Ele não defende, por exemplo, o direito dos cidadãos à liberdade, mas sim que convém que o Estado promova essa liberdade a fim de manter abertas as portas da prosperidade e do progresso de sua adorada revolução. Assim, ele condena os regimes totalitários pela obtusidade de seus defensores e pela ineficácia de suas soluções, ou seja, em bases estritamente pragmáticas. Vejo duas explicações possíveis para esse modo de argumentação: ou Revel está se adequando retoricamente ao seu público-alvo, que é todo composto de esquerdistas franceses (pois a esquerda, como todos sabemos, não costuma ligar para o moralismo da burguesia), ou está incorporando a seu próprio modo aquele pragmatismo amoral tão comum entre os defensores do liberalismo político. Mas também é possível - e até mais provável, creio eu - que ambas as explicações sejam verdadeiras.
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O supramoralismo dos iluminados.
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